O julgamento aconteceu na tarde desta quinta-feira (15), no plenário do STF.
Está mantida a decisão de anular as condenações de Lula na Lava Jato. Foto: Miguel Schincariol/AFP Fonte: Diário do Nordeste |
O Supremo Tribunal Federal decidiu, por oito votos a favor e três contra, manter a anulação das condenações do ex-presidente Lula na operação Lava Jato. Com isso, o petista está elegível para 2022. O julgamento aconteceu na tarde desta quinta-feira (15), no plenário do STF.
Relator da ação, o ministro Edson Fachin foi o primeiro a votar, mantendo a decisão que devolveu ao ex-presidente os direitos políticos.
Além dele, os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Luís Roberto Barroso votaram pela rejeição do recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR) e Nunes Marques, Marco Aurélio Mello e Luiz Fux votaram pela aceitação.
Os ministros ainda devem decidir se os processos devem ser remetidos à Justiça Federal do Distrito Federal ou de São Paulo.
CONDENAÇÕES
Em duas das quatro ações, casos conhecidos como tríplex de Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia (SP), Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, sentenças já confirmadas em instâncias superiores. Com isso, o ex-presidente foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
A decisão de Fachin que determinou a transferência dos processos para a capital do país havia sido tomada no dia 8 de março.
Na semana seguinte, a PGR apresentou ao Supremo um recurso para restabelecer as condenações. Ao recorrer da decisão de Fachin, a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, argumentou que a Lava Jato apontou crimes praticados no âmbito do esquema criminoso que pilhou a Petrobras.
Segundo a acusação, contratos da estatal com a construtora OAS estão na origem de valores ilícitos direcionados a Lula.
A denúncia, disse a representante do Ministério Público Federal, relata elos entre os contratos da OAS firmados com a Petrobras e a vantagem ilícita obtida por Lula."Há de ser preservada a competência do juízo de origem", afirmou Lindôra.
DECISÃO
Na defesa de sua decisão, Fachin disse ser "forçoso reconhecer que o caso não se amolda ao que tem sido decidido majoritariamente no âmbito da Segunda Turma [do STF]".
No caso do triplex do Guarujá, motivo do habeas corpus de Lula ao Supremo que resultou na decisão de Fachin do início de março, o ministro afirmou que a denúncia não atribuiu ao ex-presidente "uma relação de causa e efeito entre sua atuação como presidente da República e determinada contratação pelo grupo da OAS com a Petrobras, em decorrência da qual se tenha acertado o pagamento da vantagem indevida".
O julgamento desta quinta foi iniciado ainda na quarta-feira (14), quando o Supremo decidiu manter a análise da matéria no plenário da corte.
Por 9 a 2, os ministros rejeitaram o pedido da defesa do ex-presidente para que o tema fosse analisado pela Segunda Turma, colegiado que é integrado por cinco magistrados e tem perfil contrário à Lava Jato.
Portal Pacujá News
Nenhum comentário:
Postar um comentário