Costa passou 3 anos e oito meses na Pasta; anúncio foi feito por Camilo Santana.
Ex-secretário André Costa. Foto: Lucas Barbosa / Fonte: Diário do Nordeste
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André Costa deixa a Secretaria da Segurança Pública do Ceará e vai ser substituído pelo também delegado da Polícia Federal (PF), Sandro Caron, que já assume na próxima semana. O anúncio foi feito pelo governador Camilo Santana por meio de redes sociais na tarde desta quinta-feira (3).
Caron já foi superintendente da PF no Ceará e no Rio Grande do Sul, além de ter comandado a Divisão Nacional de Inteligência Policial (DIP) do Departamento de Polícia Federal, do Ministério da Justiça, e ter sido adido da PF na Embaixada do Brasil, em Lisboa.
"Comunico aos cearenses mudança no comando da nossa Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social. O secretário André Costa deixa o cargo após 3 anos e 8 meses, a pedido", disse o governador. "Agradeço ao delegado André Costa pelo grande trabalho realizado até aqui", afirmou.
A Secretaria da Segurança Pública informou que a saída de André Costa do cargo foi por questões pessoais.
Histórico
Logo após assumir a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, André Costa já causou polêmica: "a partir de agora, nós vamos oferecer duas opções para bandidos, a Justiça ou o cemitério". A frase chamou atenção da opinião pública, e o governador, na época, disse que o até então novo secretário teria sido "mal interpretado".
Ele havia acabado de assumir a Pasta em janeiro daquele ano, mas não imaginava que 2017 seria o mais violento da história no Ceará. Foram registrados 5.134 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que englobam homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Os números, contudo, começaram a cair em 2018 e se mantiveram em 2019, com aumento já acompanhado pela SSPDS nos sete primeiros meses de 2020.
Além disso, a gestão André Costa demarcou posição firme contra o crime organizado ao não ceder às pressões de criminosos que atacaram prédios públicos e veículos e tentaram implantar terror na sociedade cearense em 2017, 2018 e 2019. As ações eram coordenadas de dentro de presídios e realizadas por integrantes de facções criminosas nas ruas.
Facções essas que provocaram uma série de chacinas no ano de 2018, como as dos bairros Cajazeiras e Benfica. Os responsáveis por ambas foram reprimidos de forma rápida pela Secretaria, cujas investigações levaram ao desmantelo dos principais líderes de um grupo criminosos de origem cearense, os quais todos estão presos.
A última grande crise da gestão André Costa foi o motim realizado por parte de seus subordinados na Polícia Militar do Ceará. Parte da corporação cruzou os braços e paralisou as atividades entre fevereiro e março deste ano após terem negado a proposta de aumento salarial acordada entre os líderes do próprio movimento e o governo estadual.
Tecnologia
De perfil sério, André Costa mantinha contato com cearenses e organizações por meio de redes sociais, chegando a demonstrar que estava atendo às cobranças nas plataformas, o que acabou gerando casos de grande repercussão, como o #ExposedFortal - investigação sobre casos de assédio sexual na cidade e em escolas particulares da Capital, Sobral e Juazeiro do Norte.
Além disso, a gestão do delegado da PF investiu bastante em big data e inteligência artificial, a fim de resolver crimes com tecnologia e rapidez. Um exemplo é o Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia), uma ferramenta que age por meio de sensores espalhados pelo Estado do Ceará, os quais auxiliam nas investigações de crimes contra o patrimônio, como roubos de veículos e até crimes contra a vida.
Da sua passagem pela Secretaria, também surgiu o projeto Proteger, que se baseia em bases fixas da Polícia Militar colocadas em pontos estratégicos de Fortaleza e da Região Metropolitana a fim de inibir crimes e facilitar a troca de experiências com as comunidades.
Portal Pacujá News
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