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sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Ação da PF mira propina da J&F e investiga grupo de Cid Gomes no Ceará por caixa 2

Valores oriundos do Proapi teriam sido disponibilizados em troca de vantagens indevidas.

O ex- governador do Ceará Cid Gomes Foto: Marcos Alves/08-05-2013 / Fonte: Agência O Globo


Operação deflagrada nesta sexta-feira pela Polícia Federal, de busca e apreensão autorizada pela Justiça Eleitoral, mira suposto pagamento de propina do grupo J&F envolvendo o ex-governador do Ceará Cid Gomes (Pros) e a campanha de seu sucessor, o atual governador Camilo Santana (PT). Nomeada "Marquetagem", a operação no âmbito da Lava-Jato investiga a distribuição de propina e a obtenção de vantagens ilícitas por políticos e empresários por meio do Programa de Incentivos às Atividades Portuárias e Industriais do Ceará (Proapi).

A PF cumpre 17 mandados de busca e apreensão nas cidades de Fortaleza, São Paulo e Salvador contra empresas suspeitas de terem recebido repasses de caixa dois para a campanha de Camilo Santana e de outros aliados do grupo.

A investigação mira as campanhas eleitorais de 2010 e 2014. Os políticos não são alvos das buscas. A PF investiga crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral. O inquérito foi aberto com base em depoimentos dos irmãos Joesley e Wesley Batista sobre doações ilegais feitas ao grupo político de Cid Gomes quando este era governador do Ceará.

Segundo informações que constam do inquérito, em 2010, Gomes teria pedido aos executivos da empresa doação de R$ 5 milhões em troca da liberação de créditos tributários em nome de empresas do grupo J&F. Em 2014, um novo pedido teria sido feito, porém, no valor de R$ 20 milhões, com o objetivo de irrigar campanhas no estado — incluindo a do petista Camilo Santana, apoiado por Gomes.

Diante da negativa da empresa dos irmãos Batista, o então deputado federal Antonio Balhamann Cardoso Nunes Filho (PDT-CE) teria interferido em favor de Gomes afirmando que o Ceará realizaria restituições tributárias da ordem de R$ 110 milhões ao grupo empresarial.

Mais cedo, em nota, a PF tinha informado que pagamentos no total de R$ 25 milhões teriam ocorrido por meio da simulação da prestação de serviços publicitários e do uso de notas fiscais frias, bem como através de doações oficiais para campanhas eleitorais nos anos de 2010 e 2014. Ainda de acordo com o comunicado, os investigados poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, corrupção, lavagem de dinheiro e integrar organização criminosa.

Portal Pacujá News 

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