Um menino foi
vítima de tortura e estupro coletivo no Distrito Federal. A Polícia
Civil da capital federal passou a investigar o caso após vídeo e fotos
que mostram a agressão ao garoto de 12 anos serem compartilhados em rede
social e o tio da vítima denunciar o caso junto a conselheiro tutelar. O
crime teria acontecido há pelo menos uma semana e as imagens
disseminadas desde então nas redes sociais. Cinco pessoas suspeitas já
estão identificadas, entre elas duas menores de idades. Apenas uma
mulher foi presa. Nesta quinta-feira, 11, a vítima deixou o abrigo onde
estava há dois dias e voltou para a casa da mãe.
A Polícia segue
à procura de um jovem de 18 anos, que também participou dos crimes. A
mulher presa, que não teve o nome informado, responderá criminalmente
por estupro de vulnerável, injúria, lesão corporal, tráfico de drogas,
ameaça, além de qualificadora por serem crimes praticados contra a
criança e o adolescente.
Nas imagens é
possível ver o menino amordaçado, seminu e com cordas amarradas no seu
pescoço. Durante o crime, os suspeitos agridem e humilham o garoto. As
fotos e vídeo circulam nas redes sociais desde a última semana.
Em entrevista
ao O POVO Online, o conselheiro tutelar de Santa Maria Sul (Distrito
Federal), Hessley Santos, conta que recebeu denúncias de moradores da
região de que estavam recebendo pelo WhatsApp imagens referentes aos
abusos sofridos por um menino. Após investigar, o conselheiro conseguiu
localizar a vítima. "O menino tem envolvimento com entorpecentes e com
as pessoas que acabaram o amarrando, torturando, vestindo de mulher e
cometendo o estupro", conta.
"O
menino já possui histórico negativo no Conselho, mas depois dessa
violência sexual sofrida ficou um pouco diferente: muito calado,
reservado. Esse comportamento chamou atenção da família, já que ele é
bem imperativo, pulava muros, não tinha limites, e nos últimos dias
passou a ficar muito em casa. Quando as imagens foram divulgadas, a
família percebeu real motivo", afirma o conselheiro tutelar.
Heslley, então,
convenceu a vítima e seu tio a fazerem denúncia do caso à Polícia. No
33º Distrito Policial de Santa Maria, a vítima prestou depoimento e
detalhou os abusos que sofria.
"Chegaram
a introduzir no ânus dele um cabo de martelo e cabos de ferro. Isso tem
uns 10 dias que ocorreu. Como houve a divulgação do vídeo e é crime
previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nós efetuamos a
prisão de quem estava divulgando e participando do estupro coletivo",
diz o delegado de 33º DP, Rodrigo Têlho.
A mulher que
divulgou as imagens em grupos de WhattsApp permanece presa. As duas
adolescentes de 17 anos prestaram depoimento em delegacia especializada
em crimes de crianças e adolescentes, foram liberadas e aguardam o
prosseguimento da ação na Justiça, pois não houve flagrante.
"Instauramos
inquérito e pedimos a prisão dos envolvidos", diz o delegado. A Justiça
do Distrito Federal ainda não emitiu parecer sobre o caso.
Atuação do Conselho Tutelar
Após os crimes,
o menino deixou a casa da avó - com quem vivia - e foi encaminhado para
abrigo, onde permaneceu por dois dias e nesta quinta-feira, 11, foi
liberado e integrado à residência da mãe.
Hessley Santos
conta que os adolescentes que cometeram ato infracional contra o menino
também precisaram ser atendidos. "Estão em liberdade porque não houve
flagrante e eles também estão correndo risco porque estão recebendo
ameaças de morte. Os próprios adolescentes que cometeram o ato
infracionário estão ameaçados e o Conselho vai atuar nessa situação,
tanto em favor da vítima como do autor".
Nenhum comentário:
Postar um comentário