De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), os trabalhadores são contra
mudanças no plano de saúde da empresa
Servidores dos Correios entrarão em greve por tempo indeterminado nesta
segunda-feira, 12. De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores
em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), os
trabalhadores são contra mudanças no plano de saúde da empresa, que
preveem o pagamento das mensalidades pelos funcionários e a retirada de
dependentes dos contratos.
“Além disso, o benefício poderá ser reajustado conforme a idade,
chegando a mensalidades acima de R$ 900", informou a Fentect, em nota,
ressaltando que o salário médio dos trabalhadores dos Correios é de R$
1,6 mil, “o pior salário entre empresas públicas e estatais”.
O início da greve coincide com o julgamento sobre o plano de saúde dos
trabalhadores no Tribunal Superior do Trabalho (TST), também marcado
para amanhã, referente à última negociação salarial.
Segundo a Fentect, a mobilização nacional da categoria foi aprovada em
assembleias dos sindicatos. Entre outras reivindicações, os
trabalhadores são contra as alterações no Plano de Cargos, Carreiras e
Salários; a terceirização na área de tratamento; a privatização da
estatal; a suspensão das férias dos trabalhadores; a extinção do
diferencial de mercado e a redução do salário da área administrativa.
Além disso, entre as demandas da categoria estão a contratação de novos
funcionários por meio de concurso público, a segurança nos Correios e o
fim dos planos de demissão.
A federação também é contra a extinção e terceirização do cargo de
operador de triagem e transbordo, “importante para o movimento do fluxo
postal interno”. “Para piorar a situação, a empresa também anunciou o
fechamento de mais de 2.500 agências próprias, por todo o Brasil”, diz a
nota da Fentect.
Para a categoria, o “desmonte” promovido pela gestão dos Correios tende a
prejudicar ainda mais os serviços à população. “A Fentect esclarece que
alguns argumentos repassados transmitem uma visão enganosa da realidade
na estatal. Por exemplo, quanto ao monopólio dos Correios, que, hoje,
corresponde apenas a cartas, malote e telegrama. O segmento de
encomendas, como o Sedex, entretanto, sempre foi concorrencial”,
informou.
Quanto ao reajuste dos preços dos serviços da estatal, a federação
discorda de aumentos abusivos nos valores. “Já em relação ao argumento
da ECT para esse reajuste, a respeito da segurança dos trabalhadores, a
Fentect esclarece que não há nenhum benefício pago ao trabalhador por
esse motivo, bem como nenhum adicional”.
No dia 6 deste mês, os Correios começaram a cobrar uma taxa extra de R$ 3
para encomendas com destino ao Rio de Janeiro. O motivo seria a
elevação dos custos da entrega por causa da violência no município. No
dia 9, entretanto, após decisão da Justiça Federal, a estatal suspendeu a
cobrança.
Para a Fentect, a empresa não onera o governo federal ou o bolso do
cidadão com arrecadação de impostos. “Ao contrário, é o governo quem tem
retirado verbas da empresa, sem retorno, nos últimos anos, como da
ordem de R$ 6 bilhões”, informou. “Com todos os erros e ingerências
políticas na administração dos Correios, a direção da estatal promove
essas e outras retiradas de direitos dos próprios trabalhadores,
responsabilizando-os pelos danos da ECT.”
Oficialmente, a greve da categoria começa neste domingo (11) a partir
das 22h, para que os funcionários que trabalham no turno da noite já
possam aderir ao movimento.
A reportagem não conseguiu contato com a assessoria dos Correios.
Fonte: Agência Brasil